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Vereadora Luci Duartes, a fiel da balança política na Câmara de Vereadores


Foto: Renan Mattos (Diário)

Luci Beatriz Duartes, do PDT, é a vereadora do momento, no Palacete da Vale Machado. Ou a fiel da balança, nos bastidores políticos que terão o clímax em 30 de dezembro, quando se elege a nova Mesa Diretora. Até podem surgir outros edis nessa parada política, mas hoje é com ela que a bola está. Entendeu? Não? Então confira as respostas às perguntas feitas pela coluna:

Claudemir Pereira - A senhora tem ostentado posição independente na Câmara, embora tenha fechado com o grupo que hoje dirige o Legislativo. A que se deve essa postura?

Luci Duartes - Devido a ter sido oposição ao Jorge (Pozzobom) nas eleições passadas, fui coerente com o apoio que dei no pleito. E o que pesou mais na minha decisão foi o compromisso assumido, ainda na legislatura passada, com o Coronel Vargas, que se ele fosse candidato a presidente da Casa teria meu total apoio, independentemente de qualquer situação. Honrei com minha palavra.

CP - O chamado "Bloco Propositivo", que reúne partidos e vereadores à esquerda, a tem convidado para entrar no grupo. Recentemente, a senhora deu sinais de que estaria por aceitar. Aceitará? E por quê?

Luci - Sinto-me imensamente honrada com o convite, até por termos pautas semelhantes e defendermos muitos pontos em comum. Estou analisando com muito carinho o convite e conversando com minhas bases, principalmente meu grupo do magistério. Se aceitar, será exatamente por nossa aproximação tanto ideológica quanto por defendermos muitos pontos em comum. E também por ser um bloco propositivo. Mas ainda estamos analisando o convite.

CP - A política se move e muito no Parlamento. A senhora admite que podem haver mudanças no controle político da Câmara, na próxima renovação da Mesa Diretora, em dezembro?

Luci - Com certeza, a política é muitooooo dinâmica e movimentada. A mudança da direção da mesa para o próximo ano é tudo questão de construção dos dois lados. Tudo é possível, com certeza. Você sabe que as coisas no mundo político estão sempre em constante mutação. Portanto, o tempo é o senhor de todas as verdades.

CP - O que mais a senhora gostaria de acrescentar?

Luci - Meu objetivo, no momento, é estar direcionada aos relatórios das duas CPIs. Fazer um trabalho propositivo sem ranços políticos ideológicos e, sim, com a finalidade de apurar a legalidade dos objetos postos em pauta. Nunca levar para o lado do revanchismo ou ideológico. E também um trabalho que possa apurar realmente os fatos, além de apresentar possíveis alternativas para melhorar as questões em pauta, tanto no combate à pandemia quanto alternativas, se assim se fizerem necessárias, para o funcionamento do Shopping Popular.

Disputa estadual ao Piratini e ao Senado em três movimentos

Três fatos dignos de nota, nas articulações que levarão à definição dos concorrentes ao Palácio Piratini e à única vaga disponível para o Senado, no pleito de 2022.

O mais recente foi a entrevista do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr (foto), que disse, no meio da semana, não pensar agora na postulação ao governo. Pretende fazer isso só no final do ano.

Tradução: incrivelmente, dependerá do desempenho esportivo do clube que preside. Se, de alguma maneira, encerrar minimamente bem este ano, se sentirá liberado. Do contrário, cumprirá seu mandato presidencial e adiará o eventual sonho eleitoral.

O segundo foi a manifestação, em rede nacional, do governador Eduardo Leite, assumindo sua orientação sexual. A par da corajosa assunção pública de algo que nem deveria ser notícia, a homossexualidade, há duas consequências políticas óbvias.

Uma, a neutralização da utilização do fato no submundo das campanhas eleitorais (de que ele até já foi vítima). Outra, a transformação de seu nome em nacional, e não apenas provincial. Se isso redundará em ganho nas prévias no PSDB não se sabe, mas ninguém duvida que suas chances aumentam.

De todo modo, se consolida também a ideia de que, não se vitoriando na disputa interna tucana, Leite se farda para concorrer ao Senado.

O terceiro movimento político-eleitoral vem dos ditos "históricos" do MDB gaúcho, que estariam se movendo no sentido de manter protagonismo nas decisões partidárias. Desenhando: o povo mais antigo da sigla não gostaria de ver Alceu Moreira (atual presidente da agremiação) ou o jovem (será por isso?) Gabriel Souza como candidatos ao Piratini, e insistiriam na tese de que quem deve concorrer é José Ivo Sartori. As repercussões vão longe, pode apostar.

E qual o resultado das três situações aqui citadas? Além de manterem todos os nomes no noticiário, apenas a colocação no tabuleiro eleitoral, com definições mais adiante. A ver.

A previsão que se confirma e um prognóstico sobre a UFSM

Há vários meses, a coluna publicou (alguém há de ter memória - ou arquivo) e previu: a sucessão na Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) não necessariamente se esgotará na consulta ampla, ou que nome tenha (foi "pesquisa").

Mais: aqui se escrevia que era bastante possível a disputa na UFSM se dar, meeesmo, nos Conselhos Superiores da instituição, cujos integrantes são responsáveis pela elaboração da lista tríplice a ser enviada ao Ministério da Educação.

Pelos movimentos óbvios e públicos, será assim mesmo. E, na próxima semana, quando transcorre o prazo para a inscrição dos candidatos, se terá a confirmação. Não, o colunista não é nenhum bidu. Apenas, modéstia às favas, é observador atento.

Agora, um prognóstico: qualquer que seja o resultado da eleição da qual participarão os conselheiros, a UFSM tende a viver momentos bastante conturbados politicamente a partir de 28 de julho, data do pleito, e até a definição, em última instância, pelo presidente da República.

LUNETA

INFRAESTRUTURA

O deputado federal Paulo Pimenta (PT), em pronunciamento na Câmara de Vereadores, terça passada, fez observação interessante: depois da BR-158, do Hospital Regional e, agora, da Travessia Urbana, a cidade precisaria ter uma grande reivindicação para obra de infraestrutura pela qual lutar em Brasília. Mais, disse que falaria com o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) sobre isso. Que tal dialogar a respeito?

PROCESSANTE I

É só uma curiosidade, mas enfim... As mais recentes Comissões Processantes instaladas pela Câmara tiveram resultado igual. Uma, em setembro de 2016, era para um possível impeachment do então prefeito Cezar Schirmer (MDB). O colegiado não chegou a se reunir para decidir, eis que ele recém havia renunciado, para assumir a Secretaria de Segurança Pública, nos últimos 16 meses do governo de José Ivo Sartori.

PROCESSANTE II

No mesmo ano de 2016, apenas que em dezembro e no último mês do mandato (e da Legislatura), os vereadores santa-marienses julgaram, depois de investigações produzidas por uma Comissão Processante, o então prefeito (havia assumido o lugar de Schirmer, que renunciara três meses antes) José Haidar Farret (foto). Resultado final? O então chefe do Executivo foi absolvido por unanimidade.

TENDÊNCIA

Luci Duartes, vereadora do PDT, é relatora de duas CPIs: a "da Covid" (que estava virando "da campanha de 2020") e a "dos contratos do Shopping Independência". Exatamente aquelas que tinham no posto a petista Helen Cabral, que voltou à suplência. Tendência, a partir de fatos e das manifestações da pedetista: os relatórios dos dois colegiados serão muito diferentes do que se anunciava.

PARA FECHAR

Santa Maria até pode não ser a nova sede da Escola de Sargento das Armas (Toc! Toc! Toc!). Mas, certamente, não será pela falta de trabalho bem feito de convencimento, que uniu todas as forças municipais. Algo sem similar. E que não se viu, por exemplo, há 20 e poucos anos, quando chegou a ser cogitada para sediar uma fábrica da Mercedes, ou, há duas décadas, quando chegou-se a falar na vinda da Nestlé para cá.

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